top of page

Carreira, como cuidar dela?

  • 19 de ago. de 2020
  • 2 min de leitura

Atualizado: 19 de set. de 2020

Por Sônia Gurgel


Em várias empresas por que tenho passado recebo sempre o mesmo tipo

de comentário: “as pessoas aqui estão desmotivadas porque esta

empresa não tem plano de carreira”!

ree

Será que as empresas devem ter planos de carreira ou são as pessoas que

devem possuí-los? E aí, creio residir o maior equívoco do profissional

atual. Embora com características e demandas muito diferentes das do

profissional do século passado, ele ainda pensa com a mesma lógica – a

empresa é responsável por minha carreira.


Com as rápidas mudanças no mundo atual, nenhuma empresa tem

condições de apresentar um plano de carreira a seus funcionários. A

estrutura existente hoje pode se modificar radicalmente e de forma muito

rápida se houver uma venda, uma incorporação, uma fusão, um processo

acelerado de crescimento ou encolhimento. Nada mais é perene, nem o

próprio negócio o é, de modo que seria no mínimo leviano da parte da

empresa, se ela usasse dessa falácia para motivar as pessoas.


O plano, a carreira é de cada indivíduo. O profissional tem que ter um

excelente auto-conhecimento para poder definir sua verdadeira vocação,

seus pontos fortes, os pontos não tão fortes, seu perfil – sou mais talhado

para trabalhar em funções que exijam atenção concentrada ou sou mais

apto a trabalhar em funções que exijam a mobilização de competências

sociais, de relacionamento e comunicação? Prefiro trabalhar no meio de

várias pessoas ou prefiro ficar mais isolado? Somente a partir desse auto-

conhecimento é que o profissional vai poder desenvolver seu plano de

carreira e este servirá para qualquer organização!


O funcionário, ou colaborador como preferem alguns, ficará sempre

motivado ao trabalhar como um empreendedor de sua carreira, com seu


planejamento em mente, com metas estabelecidas e com planos de ação

claramente definidos para o atingimento de seus objetivos de carreira.

O profissional empreendedor de seu plano de desenvolvimento, deverá

periodicamente buscar feedback com relação a seu desempenho e

atitudes junto a seus gestores, colegas e outros profissionais que possam

contribuir com seu desenvolvimento. Deverá também realizar a avaliação

dos resultados atingidos, pois ambos - feedback e progressos obtidos -

deverão alimentar a revisão constante dos planos de ação definidos para

chegar à posição desejada.


Outro fator a ser considerado é que a construção da carreira envolve não

somente movimentações verticais, mas laterais, que permitam ampliar a

visão sistêmica, o aprofundamento do conhecimento, o network interno e

externo e a devida qualificação. A evolução na carreira passa também por

extrapolar a descrição de cargo, em qualquer posição que se encontrar,

expandindo a função para a qual foi designado, tornando-a mais

significativa para a organização e para seu próprio desenvolvimento.


E qual o papel da empresa? Ela não tem nenhuma responsabilidade nesse

processo? O papel da empresa é comunicar de forma transparente e

atualizada a sua estrutura organizacional, seus planos de cargos e salários,

as competências essenciais para o negócio. A empresa, até como forma de

reter seus talentos, deve também prover programas de qualificação e

desenvolvimento, sistemas de avaliação de desempenho, feedback e

orientação profissional, de modo que as pessoas possam se planejar,

buscar o crescimento profissional e ter indicações das possibilidades

internas, antes de começar a olhar para fora como única opção para

“empreenderem suas carreiras”.

 
 
 

Posts recentes

Ver tudo
ÉTICA DAS ORGANIZAÇÕES

Creio ser este um tema que exige um pouco de coragem para se aventurar a escrever quando não se é um filósofo. São os filósofos que...

 
 
 

Comentários


bottom of page